segunda-feira, 28 de abril de 2008

Após "Santiago", João Moreira Salles volta à família

SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

O próximo filme que o documentarista João Moreira Salles pretende fazer contará uma só história -de uma viagem que a mãe do diretor fez à China, durante a revolução cultural- sob pontos de vista diferentes.

A viagem foi registrada em imagens que o diretor deve desarquivar e transformar num filme, assim como fez com "Santiago", seu quarto documentário em longa-metragem, que estréia hoje nos cinemas e é dividido em duas partes.

No primeiro trecho do filme, intitulado "Santiago", o diretor apresenta seu personagem -o homem que foi mordomo de sua família durante 30 anos e cujo depoimento biográfico ele filmou em 1992, dois anos antes da morte de Santiago Merlo.

Na segunda parte do filme, "Reflexões sobre o Material Bruto", Moreira Salles descortina as razões por que "Santiago" foi o único filme que ele não concluiu e as que o fizeram retomá-lo, em agosto de 2005.

Narrado em primeira pessoa, "Santiago - Reflexões sobre o Material Bruto" não tem, contudo, a voz de João Moreira Salles, mas sim a de seu irmão Fernando Moreira Salles.

Desconfiança

O diretor explica a escolha do narrador, além do motivo "trivial, porém relevante" de não gostar da própria voz: "Um dos assuntos do filme é a fronteira entre ficção e documentário. A minha voz dava uma concretude muito grande a ele. Com a voz do Fernando, acrescento uma dimensão a mais de ficção no filme. Sou eu falando, mas não é minha voz. É como se introduzisse um espelho a mais, uma camada adicional de desconfiança, de ambigüidade".
Divulgação
Mordomo Santiago Merlo (1912-1994) em cena do documentário que extréia hoje
Mordomo Santiago Merlo (1912-1994) em cena do documentário que extréia hoje

A estrutura em camadas superpostas é a que o diretor pretende usar também no próximo filme, com as imagens de arquivo familiar feitas na China.

"Tinha vontade de editar esse material com duas ou três locuções diferentes. A primeira seria eu, que não apareço no filme, falando sobre as imagens. A outra seria de um personagem que está no material, pensando naquele momento sobre a viagem. E a outra, de um personagem periférico. É sempre o mesmo material, que adquire sentidos diferentes. Não é nada novo, original, mas está um pouco mais no caminho do que me interessaria fazer", afirma.

Depois de "Santiago", Moreira Salles se desinteressou em repetir o tipo de filmes que fez antes -"Notícias de uma Guerra Particular", sobre a violência no Rio de Janeiro; "Nelson Freire", perfil do pianista; e "Entreatos", registro da reta final da vitoriosa campanha de Lula à Presidência. O diretor cogitou não prosseguir com a carreira de documentarista.

"Hoje não tenho mais vontade de seguir pessoas com uma câmera e esperar para ver o que acontece. Isso ficou para trás. O que tenho mais interesse de fazer hoje em dia é ser mais experimental no cinema documental", afirma.

A dose de experimentalismo que Moreira Salles aplicou a "Santiago" incluiu assumir-se como personagem do filme, o que acabou sujeitando-o à dupla crítica dos espectadores que já assistiram ao filme em festivais e pré-estréias.

"Muita gente disse que, em nome dos problemas que me levaram de volta ao filme, pus Santiago em segundo plano", afirma o diretor. "É uma interpretação possível, e ela comporta um julgamento ético: o diretor usou-se do personagem para seus próprios fins. Eu poderia contra-argumentar que todo filme faz isso, mesmo os mais angelicais. Mas cabe ao espectador e à crítica determinar se o meu foi indevido."

Embora "Santiago" agora se submeta ao crivo do público e da crítica, Moreira Salles diz que não os teve em conta quando decidiu remontá-lo.

"Fiz "Santiago" num momento difícil da minha vida. Nessas horas, a gente não tem muito a perder e não pensa nos outros. Faz o filme porque aquilo te ajuda, e essa ajuda é tudo que se pede. O resultado são filmes que só podiam ser feitos por quem os fez, intransferíveis."

No filme, Moreira Salles, 45, descreve o "momento difícil" como aquele em que percebeu que "a juventude foi ficando para trás" e teve vontade de voltar à casa em que cresceu e às memórias de sua infância, das quais Santiago faz parte.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Disney lançará documentários sobre a natureza

A Walt Disney Company anunciou ontem o lançamento de um selo específico para documentários sobre o meio ambiente e a vida animal. A nova divisão do estúdio se chamará Disneynature e terá em "Earth'' (terra) seu primeiro lançamento. O filme chega aos cinemas americanos em 22 de abril de 2009.

A idéia é que o selo produza dois títulos por ano. Para 2010, está previsto o lançamento de "Oceans'' (oceanos). Dois anos depois, estreará "Chimpanzee'' (chimpanzé). O anúncio faz parte de um esforço da Disney para recuperar o prestígio de sua divisão de filmes, cujos lucros encolheram em 2006. A empresa espera maximizar os lucros gerados pelos documentários com livros, DVDs e atrações em seus parques.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Novo capítulo para a produção audiovisual de Pernambuco

O governo do Estado anunciou, no último dia 16, no Palácio do Campo das Princesas, os vinte e nove projetos beneficiados pelo I Edital de Programa de Fomento à Produção audiovisual de Pernambuco. Ao todo serão destinados R$ 2,1 milhões para realizadores pernambucanos. Além de projetos de longa e curta metragem, e produtos em vídeo para TV, cinco documentários foram contemplados.

“Ano passado, o cinema brasileiro teve que aplaudir o cinema pernambucano. Agora temos que consolidar Pernambuco como um pólo de cinema e ajudar a produção do Nordeste”, afrirmou Eduardo Campos. O governador rearfimou o compromisso de “continuar a caminhada” e acresecentou a importância de aumentar o acesso aos bens culturais. “Queremos fazer uma política de Estado, e não de governo”, defendeu Campos.

A iniciativa conta com a realização da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A presidente da instituição, Luciana Azevedo esclareceu que neste primeiro edital estão sendo comemorados o produto e o processo. “Para os que fazem a Fundarpe foi uma lição técnica e política”, afirmou ela.

Confira a lista dos cinco documentários comtemplados pelo programa:

Projeto: A descoberta do mundo
Direção: Taciana Oliveira
Valor: 130.000,00

Projeto: Ave Maria ou mãe dos sertanejos
Direção: Camilo Cavalcanti
Valor: 86.050,00

Projeto: A igreja invisivel de Juraci
Direção: Marcelo Pinheiro e Lula Queiroga
Valor: 35.305,00

Projeto: O rei da chanchada
Direção: Sérgio Dantas
Valor: 48.650,00

Projeto: Faço de mim o que quero
Direção: Petrônio de Lorena e Sérgio Oliveira
Valor: 72.141,47

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Calendário Gedoc

Programação até o final das aulas deste semestre. As exibições serão na Videoteca 2, do segundo andar, às 11h. Depois da apresentação do filme, debate entre os presentes.

Dia 22 de abril - "Peões", de Eduardo Coutinho

Dia 29 de abril - "Ônibus 174", de José Padilha

Dia 6 de maio - "Na Captura dos Friedman", de Andrew Jarecki

Dia 13 de maio - Não há exibição em função da mostra de trabalhos "Mondo Cine", dos alunos de Fotografia e Design da manhã, revelando as relações entre cinema e países periféricos (cinematografias de países como Argentina, Chile, Irã, China, Romênia, Rússia, Cuba, Índia, etc).

Dia 20 de maio - "A Pessoa É para o que Nasce", de Roberto Berliner

Dia 27 de maio - Encerramento das atividades com exibição de "Nanook - O Esquimó", de Robert Flaherty, considerado o primeiro documentário da história do cinema com discotecagem ao vivo do jornalista e professor Bruno Nogueira. "Nanook", naturalmente, é um filme mudo e a idéia é justamente "subverter" e recriar uma "aura" de música ao vivo para o filme.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dica do GEDOC- Canal Brasil exibe obra prima do cinema nacional

O Canal Brasil exibirá hoje, às 19h17, o documentário Babilônia 2000 do diretor Eduardo Coutinho. O filme foi gravado no dia 31 de janeiro de 1999 no morro da Babilônia, Rio de Janeiro, e mostra as expectativas dos moradores em relação à passagem do século.
Na manhã do último dia do século XX, uma equipe de filmagens subiu ao morro que comporta duas favelas, Chapéu Mangueira e Babilônia, as únicas situadas na orla de Copacabana onde os moradores podem acompanhar ao vivo a explosão dos fogos durante o reveillon. Durante 12 horas, as câmeras da equipe de filmagens acompanharam os preparativos para a grande virada realizando entrevistas com os residentes do morro a fim de saber sobre os planos e expectativas para o ano 2000 e para que pudesse fazer um pequeno balanço de suas vidas. O resultado é surpreendente.
O filme ganhou o prêmio de Melhor Documentário no Grande Prêmio BR de Cinema, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Direção.
Não deixe de conferir.

terça-feira, 15 de abril de 2008

X PRÊMIO DO FILME DOCUMENTÁRIO- União Latina – Festival de Biarritz

A União Latina e o Festival de Biarritz, Cinémas et Cultures d’Amérique latine organizam a 10ª edição do Prêmio para o filme documentário latino. O prêmio para a melhor obra será de 3.000 euros. O maior critério a ser analisado pela mesa diretora do concurso, é a visão dispensada pelos produtores à diversidade das culturas no contexto sócio-político na América Latina.
As inscrições seguem abertas até o dia 30 de junho.

Condições de participação no concurso:

Pré-seleção

-Os participantes devem pertencer a um dos Estados mencionados abaixo* ;
-Os filmes documentários apresentados devem ter sido produzidos a partir de 31 de dezembro de 2006;
-Os filmes documentários devem ser apresentados exclusivamente em formato VHS (PAL, SECAM e NTSC) ou DVD.
-A inscrição é gratuita e implica na plena aceitação do regulamento.

Os dossiês de candidatura devem conter os seguintes elementos:

-A ficha de inscrição devidamente preenchida;
-Duas fotos do filme em alta resolução (300 dpi mínimo);
-Uma cópia do filme documentário em cassete VHS (PAL, SECAM e NTSC) ou DVD;
-Um resumo do filme e uma filmografia do realizador na versão original;
-Todos os documentos que possam ser úteis à apreciação do dossiê de candidatura (artigos de imprensa, documentos publicitários…).
-O envio dos dossiês de candidatura devem estar liberados de direitos de alfândega sob pena de serem recusados.
-Os dossiês de candidatura deverão ser enviados imperativamente por Internet. A cópia do filme documentário deverá ser enviada por correio para o seguinte endereço:
Union Latine
Direction de la Culture et de la Communication131 rue du Bac, 75007 Paris (França).
Certificado pelo carimbo postal.

Para mais informações:

Escritório da União Latina no BrasilAv. Marechal Floriano, 196 - 2º andar - Centro – Palácio Itamaraty Rio de Janeiro-RJ 20080-002 Tel (21) 2518-3254 / telefax (21) 2518-2292 uniaolatina@uol.com.br

* Argentina, Andorra, Angola, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Costa Rica, Costa do Marfim, Cuba, Equador, São Salvador, Espanha, Filipinas, França, Guatemala, Guiné-Bissau, Haiti, Honduras, Itália, México, Mônaco, Moçambique, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, República da Moldávia, Romênia, São Marinho, Santa Sé, São Tomé e Príncipe, Senegal, Timor-Leste, Uruguai, Venezuela, Ordem de Malta.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Passaporte Húngaro

Cléber Eduardo

Há um filme evidente em Um Passaporte Húngaro. Também há um outro sugerido pelas questões levantadas, e tocadas para a lateral, ao longo do percurso narrativo. O filme evidente é uma kafkiana perambulação pelas burocracias estatais, questão antiga dentro da vida moderna. Já o filme tocado para a lateral trata da construção constante de identidade individuais mediadas-mas-não-limitadas pelos caráteres nacionais. Questão moderna e também atual. Como essa última questão abandonada pelo caminho têm potencial temático-estético superior à questão priorizada (a burocracia), ao menos para a amplitude de uma discussão contemporânea e para as possibilidades da linguagem documental, com a diretora levada à condição de tema, o filme projetado apenas esboça quão bom poderia ter sido caso elegesse o aspecto secundário como principal. E o principal viés adotado é apenas o que vemos lá na tela (não a partir dela): a labiríntica saga burocrática empreendida pela diretora para conseguir cidadania húngara. Ela vai e volta às embaixadas e consulados para entregar várias vezes e sempre continuar devendo os documentos necessários para tirar seu passaporte. Não basta provar que seu avô nasceu em Budapeste. Tem ainda de aprender a língua e obter informações sobre a Hungria para fazer uma prova de admissão à nova cidadania.

Abrem-se, a partir daí, dois caminhos. Um é o mais óbvio: tem como diretriz a insistência da realizadora em conseguir seus papéis de européia e o aparente espanto diante da suposta descoberta sobre a estreita ligação de identidade com nacionalidade e de nacionalidade com a cidadania controlada pelo Estado. Será mostrado durante sua peregrinação que as histórias individuais e coletivas, ainda hoje, tem nos governos o coletor e guardião de suas evidências. Ou o cidadão do mundo tem registrado seus passos em seu país, de origem ou de adoção, ou não terá existência no museu internacional da humanidade. Para conseguir seu documento, a realizadora tem de provar, com muitas provas, a trajetória do avô da Hungria ao Brasil. Tem de encontrar essas provas de um Estado para entregar a outro Estado. Para a realizadora, há nisso um absurdo, supõe-se a partir da própria decisão de se documentar essa jornada. Deveria ser mais fácil, sussura o filme, termos as origens reconhecidas. Reconhecimento pelo Estado, não por ela mesma. Sandra Kogut filma a própria história como se fosse de outra pessoa. Não se reconhece em suas origens. A raiz se quebrou em duas gerações, assim está posto pela ausência da colocação dela. Voltaremos a isso adiante.

O outro caminho aberto pelo filme leva à reconstituição documentada em arquivos, e narrada pela avó e pelos tios, do processo migratório de judeus europeus para o Brasil. Em suas visitas a órgãos oficiais, a diretora aprende que seus antepassados, como outros imigrantes do Leste Europeu na primeira metade do século, também trocaram de cidadania. De nome e religião até. Optaram pela reinvenção do "eu público" e pela mudança para outro país de modo a não caírem na malha fina da patrulha mundial anti-semita. Durante o aprendizado sobre sua pré-existência, com a qual não demonstra ter qualquer intimidade, a realizadora passa a se revelar sujeito histórico, único como todos, mas fruto também de um contexto amplo, cujo ponto mais visível é a origem húngara e o judaísmo. Ela passa a ser vista como indivíduo atado à história do século XX. Na realização do filme, parece descobrir isso. E sua inserção no passado se dá também com imagens de Recife, Budapeste e do Rio em um tom cromático memorialístico, como se aquelas imagem filmadas no século XXI fossem de antanho. Sandra Kogut tenta dar imagem ao passado em seu presente.

Voltamos à questão da origem e da identidade, alavancada por esse processo e posta de lado para se valorizar a questão da burocracia. Um Passaporte Húngaro é mais uma visão irônica sobre os Estados e menos o tatear da realizadora sobre sua pré-existência. No entanto, há uma câmera subjetiva, um eu assumido, expresso na busca dela pelo documento: é a própria trajetória que ela está filmando. Partimos do particular para se revelar o geral, da experiência dela para se mostrar todo um estado de coisas. Já o movimento contrário, do geral para o particular, não está ali tematizado. Não sabemos jamais qual a motivação dela em obter a cidadania húngara. Pode ser por questões práticas, para facilitar o deslocamento pela Europa e para residir/trabalhar em países europeus, ou por razões afetivas, motivadas por um desejo de construir laços com antepassados e de ter o reconhecimento de uma origem – mesmo aparentando ser deslocada em relação a essa mesma origem buscada. A diretora é até questionada sobre isso. Por que deseja um registro de identidade húngaro se nada sabe sobre a Hungria – nem idioma, nem cultura, nem história, informação alguma? Os húngaros com os quais tem contato parecem exigir que a candidata à "hungaridade" mereça o vínculo oficial pretendido. Ela não reage quando perguntada a esse respeito. Parece lidar com a questão apenas como matéria-prima para ser convertida em um filme. Deixa de ser personagem para ser apenas um olho atrás da câmera. Não revela se tem alguma intimidade com sua ascendência, se teve alguma influência da cultura húngara na formação ou se é uma brasileira globalizada sem nenhum laço com raízes do passado. Encolhe o alcance esboçado.

Em imagem, aliás, ela jamais reagirá. Porque a primeira pessoa existe ali como procedimento narrativo e não como objeto do filme. A câmera-voz-narradora não mostrará a própria imagem e não se converterá em personagem. Talvez por simples pudor, talvez por falta de conceito. Não seria um problema se as questões vindas à tona não pedissem um maior escancaramento de subjetividade para sair do enfoque convencional em um trajeto como o registrado. Embora as pessoas falem com Sandra Kogut, nunca para a câmera diretamente, não vemos a reação dela às pessoas. Como ela não filma entrevistas, mas conversas com ela própria, temos uma interação pela metade. Pela metade também ficará a ponte geracional-histórica entre as reivenções de identidade de seus avós imigrantes, que fogem da Europa para o Brasil por questões práticas, e seu caminho contrário do Brasil para e Europa em uma agora opcional busca de nova identidade, mas provavelmente também por questões práticas. Nos dois casos, como é explicitado em uma parábola sobre o andarilho (indo sempre para casa, vindo sempre de casa), a identidade é múltipla. Está menos derivada de um lugar/raiz e mais do deslocamento por lugares. Esse paralelo de contrastes entre a avó e a neta, uma fazendo caminho contrário ao da outra, por diferentes motivos e momentos históricos, é escamoteado pelo fato de a diretora, modestamente, ser apenas a narradora e não também sujeito de seu filme.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O Cine PE vem aí

A comissão organizadora do Cine PE divulgou na segunda-feira (7) a programação da 12ª edição do evento. Entre os dias 26 de abril e 4 de maio serão apresentados 58 filmes, com 43 curtas e 15 longas-metragens.

O festival começa na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), nos dias 26 e 27, com a exibição 11 curtas, todos pernambucanos. O ingresso é R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia) e as sessões começam às 19h. A mostra competitiva, principal atrativo do evento, inicia em seguida, dia 28, no Cine Teatro Guararapes, sempre às 18h30, com ingressos por R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia). Aí irão competir 40 trabalhos – 31 curtas e 9 longas-metragens.

As outras obras serão apresentadas em exibições paralelas.Além de películas, o festival aparece com uma programação recheada de eventos: seminários (no Recife Palace Hotel), oficinas de especialização (na Fundação Joaquim Nabuco) e o lançamento do livro “Economia da Cultura: A Indústria do Entretenimento e o Audiovisual no Brasil” (no Teatro Guararapes), de Alfredo Bertini, o diretor do festival.

Programação completa no site do Cine PE.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

1º Festival de Cinema de Triunfo abre inscrições

Pernambuco ganha um novo festival de cinema. Entre os dias 12 e 16 de julho, o município de Triunfo, localizado no Sertão do Pajeú, será transformado no centro da sétima arte. O 1º Festival de Cinema de Triunfo – que acontece durante a 50ª Festa do Estudante, entre os dias 12 e 19 do mesmo mês – vai distribuir R$ 23 mil entre os melhores longas-metragens, curta-metragens, documentários e vídeos produzidos no Estado e no Brasil. As inscrições para participar da mostra competitiva começaram no dia 1º de abril. A iniciativa, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), faz parte do novo modelo de gestão que vem priorizando a interiorização da cultura e tem o objetivo de consolidar o evento no calendário artístico estadual.
Poderão participar da mostra competitiva os trabalhos nas categorias longa-metragem (até 150 minutos); curta-metragem (até 25 minutos); vídeos originários do concurso Revelando Brasis (até 25 minutos), promovido pelo Ministério da Cultura; filmes, documentários e vídeos de curta-metragem pernambucanos (até 25 minutos).
Para as categorias curta-metragem e longa-metragem, serão aceitas as inscrições de filmes brasileiros finalizados entre 2006 e 2008 (ficção ou documentário), realizados em qualquer formato, mas com cópia de exibição em 35 mm. Os filmes e vídeos de curta-metragem pernambucanos também devem ter sido finalizados entre 2006 e 2008, realizados em qualquer formato e com cópia de exibição em miniDV.
O Festival também terá uma mostra de vídeos produzidos dentro de cidades pequenas, através do projeto Revelando os Brasis, realizado em parceria com Instituto Marlin Azul e MinC, que financia projetos de vídeos moradores das cidades com até 20 mil habitantes em todo o país, como é o caso de Triunfo. Uma comissão nomeada pela Fundarpe escolherá os concorrentes.
Os interessados em participar do processo seletivo devem fazer a inscrição no protocolo da sede da Fundarpe, localizada na Rua da Aurora, 463/469, Boa Vista, das 8h às 14h, até o dia 16 de maio. Também serão aceitas propostas enviadas por Sedex, postadas até o último dia de inscrição. O edital e o formulário de inscrição está disponível na página da Fundarpe na Internet (www.fundarpe.pe.gov.br).

PREMIAÇÃO – Serão conferidos troféus e prêmios em dinheiro para os vídeos e filmes vencedores da competição. O melhor longa-metragem escolhido pelo Júri Oficial receberá R$ 7 mil, enquanto que o melhor curta-metragem, também segundo a mesma comissão julgadora, ganhará R$ 3 mil. O Júri Popular será responsável pela premiação em quatro categorias: melhor longa-metragem (R$ 7 mil), melhor curta-metragem (R$ 3 mil), melhor vídeo para Mostra Revelando Brasis (R$ 1,5 mil) e melhor vídeo pernambucano (R$ 1,5 mil).
Além dos prêmios em dinheiro, o Júri Oficial vai conferir o Troféu Careta aos melhores profissionais que atuaram nos longa-metragens e curta-metragens. Na categoria longa-metragem, será entregues prêmios honrosos para melhor direção, melhor fotografia, melhores montagem, trilha sonora, direção de arte,produção, som, melhor ator e melhor atriz. No caso dos curta-metragens, haverá premiação para melhor direção, melhor fotografia, melhor montagem, melhor trilha sonora, melhor direção de arte, melhor ator e melhor atriz.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

É Tudo Verdade em Recife

Ao falar sobre as datas e os locais do festival de documentários É Tudo Verdade, o Gedoc mencionou que aconteceria em abril, nas cidades Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Mas, ao olhar direitinho o site do evento, percebemos que ele vai ocorrer também em Caxias (RS) e Recife! É um erro muito bom de corrigir.

A Fundação Joaquim Nabuco vai sediar o festival de 17 a 20 de abril, com um total de 7 documentários a serem exibidos.

Olha aí a programação:

17/04 (quinta-feira)
19h (Abertura) – Vencedor da Competição Brasileira Longa/Média Metragem

18/04 (sexta-feira)
17h – Descrição de uma Memória / Dan Geva / 80min – VÍDEO
19h – Paulo Gracindo - O Bem-Amado / 84min – 35mm

19/04 (sábado)
17h – Geração 68 / Generation 68 / Simon Brook / 53min – VÍDEO
19h – Sem Fim à Vista / No End In Sight / Charles Ferguson / 102min – VÍDEO

20/04 (domingo)
17h – A Paixão segundo Callado / José Joffily / 57min – VÍDEO
19h – O Coração Vagabundo / Fernando Grostein Andrade / 60min – VÍDEO

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Documentário brasileiro sobre globalização é destaque em festival uruguaio

O documentário “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá”, do diretor brasileiro Silvio Tendler, foi um dos destaques do 26º Festival Cinematográfico Internacional do Uruguai.
O filme de Tendler mostra o fenômeno da globalização da perspectiva periférica defendida pelo geógrafo e pensador, Milton Santos, falecido em 2001. Veículos de imprensa populares, cineastas que gravam em seus próprios bairros e histórias de vida e luta dos mais pobres, são a base de um documentário que pode ser tido como um "testamento" dopensador brasileiro.
O diretor explicou que de acordo com a visão do protagonista (o próprio Milton Santos), a globalização se transformou em um "'globalitarismo’, seqüestrado por um grupo de empresas" que não permitem o “desenvolvimento geral". Para ele as afirmações de Santos são "muito duras, mas também muito otimistas". Tendler levou cinco anos para preencher com imagens as conversas que teve com Santos, autor de livros como “A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção” (1996).
Além de "Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá", outros quatro documentários brasileiros marcaram presença no festival: "A Dança da Vida", de Juan Zapata; "Diário de Sintra", de Paula Gaitán;"Margem", de Maya Da-Rin e "Andarilho” de Cao Guimarães, responsável pela a abertura do festival.
O 26º Festival Cinematográfico Internacional do Uruguai foi realizado do dia 02 até o último dia 30. Durante esse período, o evento contou com uma ampla oferta de longas-metragens, documentários e curtas-metragens.

O Cineasta dos Vencidos

Sílvio Tendler é conhecido como "o cineasta dos vencidos" ou "o cineasta dos sonhos interrompidos", por abordar em seus filmes personalidades como Jango, JK, Carlos Marighela e Glauber Rocha. É, antes de tudo, um humanista que já produziu e dirigiu cerca de 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental.
Acumula uma bagagem intelectual que inclui licenciatura em História pela Universidade de Paris, mestrado em Cinema e História pela École des Hautes-Études da Sorbonne e especialização em Cinema Documental aplicado às Ciências Sociais no Musée Guimet, da mesma universidade. Criou a Caliban Produções Cinematográficas, direcionada para biografias históricas de cunho social. É membro da Fundação Novo Cine Latino-americano, do Comitê de Cineastas da América Latina, presidente da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Cineastas. Em 1979, tornou-se professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-RJ.
O cineasta filmou documentários como: JK: Glauber o Filme-Labirinto do Brasil, O menino que sonhou um país, Dr. Getúlio-Últimos momentos, Marighela-Retrato falado do guerrilheiro (curta-metragem), Josué de Castro-Cidadão do Mundo, entre outros.
Com Glauber o Filme-Labirinto do Brasil, ganhou o Candango do júri popular (R$ 30 mil) com o prêmio da crítica, no 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2003 e o Prêmio Adoro Cinema Brasileiro 2005 na categoria de melhor diretor de documentário.